Guia sobre Sífilis: Prevenção e Cuidados
O que é sífilis? Sintomas, formas de transmissão, diagnóstico e prevenção
A sífilis é uma das infecções sexualmente transmissíveis que mais têm crescido nos últimos anos. Mesmo com tratamento disponível e diagnóstico acessível, ela ainda é cercada de mitos e falta de informação — o que pode atrasar o cuidado e aumentar os riscos para a saúde.
Neste artigo, vamos tirar todas as suas dúvidas sobre a sífilis: o que é, como identificar os sintomas, de que forma ela pode ser transmitida e como prevenir e tratar a infecção de forma eficaz. Informação é o primeiro passo para se cuidar melhor.
O que é sífilis e como ela afeta o corpo?
A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) curável, causada pela bactéria Treponema pallidum, que se manifesta de diferentes formas em suas fases. Aparecendo inicialmente como uma ferida, se não for tratada, a longo prazo, pode gerar complicações graves.
Sífilis tem cura? Saiba como funciona o tratamento e o diagnóstico precoce
A sífilis tem cura quando tratada corretamente. Quanto mais cedo o tratamento for iniciado, mais eficaz será para evitar complicações. Por isso, o diagnóstico precoce, feito por meio de exames de sangue, é fundamental.
Tratamento com penicilina: quando e como é administrado
Assim que diagnosticada, o tratamento com penicilina deve ser iniciado. A penicilina é eficaz em qualquer fase da infecção, mas a dosagem e a forma de administração variam conforme o estágio. Nos estágios primário e secundário, a dose é única, enquanto no estágio terciário, são necessárias doses mais altas e múltiplas aplicações, por via intravenosa.
Embora o tratamento seja simples, ele requer acompanhamento médico para garantir a sua eficácia e monitorar possíveis efeitos colaterais. Seguir as orientações sobre doses e intervalos é indispensável para reduzir o risco de complicações e impedir a transmissão da infecção.
Importância do diagnóstico precoce para evitar complicações
O diagnóstico precoce da sífilis é importante para garantir um tratamento eficaz e evitar complicações graves. Quando detectada nas primeiras fases, a infecção pode ser tratada com antibióticos, como a penicilina benzatina, que elimina a bactéria, impedindo que a doença evolua para estágios mais avançados, que podem prejudicar órgãos vitais, além de interromper seu ciclo de transmissão.
Quais são os 3 tipos de sífilis e como se manifestam?
A sífilis tem três estágios principais: o primário, que se manifesta por meio de uma úlcera na região íntima, o secundário, que aparece como erupções na pele, mal-estar e lesões internas, e o terciário, que pode atingir órgãos internos.
1- Sífilis primária: sintomas iniciais e período de incubação
A sífilis primária costuma surgir entre 10 a 90 dias após o contato com a bactéria. O principal sintoma é o surgimento de uma ferida indolor, o cancro duro, geralmente nos órgãos
genitais, ânus ou boca. Essa lesão desaparece sozinha, o que pode levar à falsa impressão de cura.
2- Sífilis secundária: lesões na pele e sintomas sistêmicos
Sem tratamento adequado, entre 6 semanas e 6 meses após o desaparecimento da ferida inicial, a sífilis evolui para a fase secundária. Nesta etapa, podem surgir manchas na pele por todo o corpo, incluindo palmas das mãos e plantas dos pés. A ocorrência de febre, dor de cabeça, perda de apetite, mal-estar e aumento dos linfonodos também é comum.
3- Sífilis terciária: complicações neurológicas e cardíacas
Anos após a infecção não tratada, a sífilis pode atingir a fase terciária, com complicações graves que afetam o coração, os vasos sanguíneos e o sistema nervoso central. Essa fase pode causar problemas neurológicos, paralisias, cegueira e até levar à morte.
O que fazer após receber um diagnóstico positivo de sífilis?
Após um diagnóstico positivo de sífilis, é preciso procurar atendimento profissional para que o tratamento seja iniciado. Também é necessário comunicar parceiros(as) sexuais recentes sobre o risco de infecção.
Orientações imediatas e notificação obrigatória
Após o diagnóstico positivo para sífilis, o primeiro passo é iniciar o tratamento prescrito por um profissional de saúde, geralmente com penicilina benzatina. Esse atendimento deve ocorrer em unidades de saúde, as quais são responsáveis por notificar o caso ao sistema de vigilância epidemiológica, conforme previsto na legislação brasileira. Essa medida visa o controle da doença em nível coletivo, mas sempre garantindo o sigilo do paciente.
Importância de comunicar parceiros(as) sexuais
É importante que todos os parceiros(as) sexuais recentes sejam informados sobre a infecção, para que também possam realizar os exames e, se necessário, iniciar o tratamento o antes possível. Essa etapa é essencial para interromper a cadeia de transmissão da sífilis e evitar reinfecções. Além disso, essa é uma medida de saúde pública e uma demonstração de responsabilidade individual.
Quando repetir os exames e como monitorar a cura
Após o tratamento, é necessário realizar exames que detectam os anticorpos que combatem a sífilis a cada três meses durante o primeiro ano e a cada seis meses no segundo ano.
Mesmo com o desaparecimento dos sintomas, é importante manter as consultas de acompanhamento, garantindo a eficácia do tratamento e prevenindo possíveis complicações de uma infecção não curada.
Quais as possíveis complicações da sífilis não tratada?
Sem tratamento, a sífilis pode evoluir para formas graves, afetando o coração, o cérebro, os olhos e outros órgãos, podendo causar danos irreversíveis e até levar à morte.
Danos irreversíveis ao sistema nervoso e cardiovascular
Na fase terciária, a bactéria pode provocar neurossífilis, afetando o cérebro e a medula espinhal, o que pode levar a problemas cognitivos, perda de coordenação motora, paralisias e até demência.
O sistema cardiovascular também pode ser comprometido, com inflamações nas válvulas do coração e artérias, principalmente a aorta, levando a aneurismas e outras condições graves, geralmente irreversíveis.
Sífilis ocular e sífilis neurológica: o que são?
A sífilis neurológica é uma complicação que atinge o sistema nervoso central e se manifesta com sintomas que variam desde dores de cabeça e rigidez no pescoço a déficits neurológicos severos.
Já a sífilis ocular afeta diferentes partes dos olhos (como a retina, o nervo óptico e outras estruturas), podendo causar inflamação, visão turva, dor ocular e, em casos graves, cegueira.
Sintomas da sífilis em homens e mulheres: o que muda?
Embora os sintomas principais sejam semelhantes em ambos os sexos, a infecção se manifesta de maneiras diferentes, especialmente nos órgãos genitais.
Como a sífilis se manifesta nos órgãos genitais masculinos e femininos
Nos homens, o cancro duro geralmente surge em áreas visíveis, como o
pênis, o escroto ou ao redor do ânus, facilitando o seu reconhecimento.
Nas mulheres, as lesões ocorrem na vulva, mas elas também podem afetar regiões internas, como o colo do útero e o interior da
vagina. Devido a essa localização, a detecção precoce é mais difícil, e a infecção muitas vezes só é identificada em estágios avançados.
Sintomas menos visíveis em mulheres: por que o diagnóstico pode atrasar?
Os primeiros sinais da sífilis são internos e pouco sintomáticos, dificultando o reconhecimento da infecção sem exames específicos. Além disso, as manifestações iniciais da doença frequentemente se parecem com outras condições ginecológicas comuns, o que pode levar a diagnósticos equivocados ou à demora na investigação adequada.
Qual é o primeiro sinal da sífilis e quando ele aparece?
No estágio inicial, a sífilis se manifesta por uma ferida única, geralmente indolor, conhecida como cancro duro, que surge entre 10 a 90 dias após o contágio.
Ferida indolor (cancro duro): local, tempo de aparecimento e risco de confundir
O cancro duro costuma aparecer no local de entrada da bactéria, como genitais, ânus, boca ou outras mucosas. Ele é indolor, firme, de bordas bem definidas e pode passar despercebido por ser único e não causar dor nem coceira. Isso aumenta o risco de confusão com aftas, machucados comuns ou outras lesões, o que pode atrasar o diagnóstico e permitir que a doença evolua.
Sífilis congênita: riscos para o bebê e como prevenir a transmissão
A sífilis congênita ocorre quando a bactéria Treponema pallidum é transmitida da gestante para o bebê, podendo causar graves complicações. A prevenção depende do diagnóstico precoce e tratamento adequado durante o pré-natal.
Transmissão da sífilis durante a gravidez e o parto
A sífilis pode ser transmitida da mãe para o bebê tanto durante a gestação quanto no momento do parto. A principal via de contaminação é transplacentária, ou seja, a bactéria atravessa a placenta e atinge o feto. No entanto, a transmissão também pode ocorrer durante o parto vaginal, caso existam lesões no canal do parto.
O risco de transmissão é maior quando a infecção materna está em estágio primário ou secundário, pois a carga bacteriana é maior. Sem diagnóstico e tratamento adequados, a chance de o bebê nascer infectado chega a 80%.
Consequências para o bebê: aborto, malformações e sequelas
As consequências da sífilis congênita variam conforme o estágio da infecção e o momento da transmissão. Casos mais graves causam aborto espontâneo, morte fetal ou parto prematuro. Quando o bebê sobrevive, há risco de baixo peso ao nascer, icterícia, inflamações no fígado e baço, anemia e lesões ósseas.
Além dessas manifestações, o bebê pode desenvolver sequelas tardias, como surdez, cegueira, malformações dentárias, problemas neurológicos e atraso no desenvolvimento. Em alguns casos, essas complicações surgem meses ou anos após o nascimento.
Exames no pré-natal e tratamento seguro para gestantes
O pré-natal é a principal estratégia para prevenir a sífilis congênita. O exame para detecção da sífilis deve ser realizado em três momentos: na primeira consulta, no terceiro trimestre e no momento do parto. Esses testes permitem o diagnóstico precoce, mesmo em
gestantes assintomáticas.
Se o resultado for positivo, o tratamento deve ser iniciado imediatamente com penicilina benzatina, que é segura para a gestante e eficaz para eliminar a bactéria, e o parceiro sexual também precisa ser tratado, para evitar reinfecção.
Teste rápido de sífilis: como é feito, quando fazer e onde encontrar
O teste rápido de sífilis é um exame simples feito com uma gota de sangue da ponta do dedo, que fornece o resultado em cerca de 30 minutos e está disponível gratuitamente.
Como funciona o teste rápido (sangue na ponta do dedo)
O teste funciona por meio da detecção de anticorpos contra a bactéria responsável pela infecção. Uma amostra de sangue é coletada da ponta do dedo, colocada no dispositivo de teste e reagentes são adicionados, gerando visual o resultado em minutos.
Locais onde é possível realizar o teste gratuitamente
O teste rápido pode ser realizado em Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) da rede pública, de forma gratuita, além de algumas redes de farmácia que oferecem o serviço.
Testagem de rotina: quem deve fazer e com qual frequência?
A testagem de rotina é recomendada para pessoas com vida sexual ativa, especialmente aquelas com múltiplos parceiros, histórico de ISTs ou que não usam preservativo com regularidade. Gestantes devem ser testadas em três momentos: no início do pré-natal, no terceiro trimestre e no parto.
Profissionais do sexo, pessoas que vivem com HIV, usuários de drogas e parceiros de indivíduos infectados também devem fazer o teste com mais frequência, idealmente a cada seis meses. A testagem regular é essencial para a prevenção, diagnóstico precoce e tratamento da sífilis.
Qual a relação entre sífilis e HIV? Entenda o risco de coinfecção
A sífilis e o HIV estão interligados por compartilharem as mesmas formas de transmissão e fatores de risco. A presença de uma infecção facilita a entrada ou agravamento da outra, aumentando as chances de coinfecção.
Por que quem tem sífilis tem mais risco de contrair o HIV?
Quem tem sífilis tem maior risco de contrair HIV porque as feridas da sífilis rompem a barreira protetora da pele ou mucosa, facilitando a entrada do vírus. Além disso, a inflamação causada pela sífilis atrai células do sistema imunológico que o HIV utiliza para se multiplicar, aumentando a vulnerabilidade à infecção.
Coinfecção: como tratar as duas doenças ao mesmo tempo?
Em caso de coinfecção, as duas doenças devem ser tratadas ao mesmo tempo. A sífilis é tratada com penicilina benzatina, enquanto o HIV exige acompanhamento contínuo e uso de antirretrovirais (TARV). O início imediato do tratamento de ambas as condições é importante para evitar complicações e reduzir a transmissibilidade.
Prevenção combinada: PrEP, preservativos e testagem regular
A prevenção é a estratégia mais eficaz para reduzir o risco de HIV e sífilis. Ela inclui o uso regular de preservativos em todas as relações sexuais, além da realização frequente de testes rápidos para o diagnóstico precoce das ISTs.
A PrEP (profilaxia pré-exposição) é recomendada para pessoas com maior risco de contrair o HIV e é utilizada em conjunto com outras medidas preventivas. A PrEP, porém, não protege contra a sífilis, por isso é necessário manter o uso do preservativo e realizar testagens regulares.
Como prevenir a sífilis e outras ISTs?
A prevenção da sífilis e de outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) envolve o uso correto de preservativos, testagem regular e informação. A combinação dessas medidas é essencial para reduzir riscos e promover saúde sexual.
Uso de preservativos e importância da testagem frequente
O uso de preservativo em todas as relações sexuais é uma das medidas mais eficazes para prevenir a sífilis e outras ISTs. Além disso, a realização de testes regularmente permite o diagnóstico precoce e o tratamento imediato, interrompendo a cadeia de transmissão. A testagem deve ser rotineira para pessoas sexualmente ativas, em especial aquelas com múltiplos parceiros ou práticas de maior risco.
Educação sexual e comunicação entre parceiros
A educação sexual é fundamental para conscientizar sobre as formas de contágio, sintomas e prevenção das ISTs, especialmente entre pessoas mais jovens. Informação de qualidade ajuda a combater tabus e desinformações que ainda cercam esses temas, promovendo escolhas mais seguras e responsáveis.
A comunicação entre parceiros também é essencial: falar sobre histórico sexual, status sorológico e uso de proteção fortalece a confiança e permite decisões compartilhadas em favor da saúde de ambos.
Como um plano de saúde atua na prevenção e tratamento da sífilis?
Os planos de saúde têm um papel importante na prevenção e tratamento da sífilis, oferecendo cobertura para exames de diagnóstico, consultas médicas e tratamento. Eles também devem garantir acesso à informação e orientação adequada.
Quais exames e tratamentos para sífilis são cobertos pelo plano de saúde?
Os planos costumam cobrir consultas com clínico geral, infectologista,
ginecologista ou
urologista. O tratamento com penicilina benzatina também está incluído quando prescrito.
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